Subway - O pão que não é pãoMariana Barbosa06 outubro 2020Alimentação SaudávelEstilo de Vida Uma notícia recente, do the guardian, dava conta, de uma decisão de um tribunal irlandês, que entendeu que o "pão", usado nas sandes da Subway, na Irlanda, não cumpre os requisitos mínimos para ser considerado como tal, naquele país. A razão é muito simples: excesso de açúcar! A SubWay, uma cadeia multinacional de fast food, pretendia ser isentada do pagamento da taxa de IVA, alegando que as suas sandes, vendidas sobretudo em take-away, eram feitas com pão e como tal estariam isentas dessa taxa. Na verdade, a Subway não é a única cadeia de fastfood a usar açúcar, em excesso, no pão. A regra, no fast-food, é mesmo a fraca qualidade nutricional do pão. O que é considerado pão? O juiz, seguiu as indicações da legislação irlandesa, segundo as quais o pão é, por definição, um alimento para consumo humano, manufaturado através da cozedura de uma massa composta exclusivamente por uma mistura de farinha de cereais e um ou mais ingredientes, mencionados na lista seguinte , em quantidades que não excedam os limites, se existirem, de cada ingrediente adicional da lista. Ingredientes que pode ter o pão: farinha de um ou diversos cereais fermento ou outro agente levedante ou aerante, sal, extrato de malte, leite, água, glúten; gordura - em quantidade que não deve exceder 2% do peso da farinha incluída na massa; açúcar - em quantidade que não deve exceder 2% do peso da farinha incluída na massa; melhorantes de pão - em quantidade que não deve exceder 2% do peso da farinha incluída na massa; frutos secos - em quantidade que não deve exceder 10 por cento do peso da farinha incluída na massa; Qual o teor de açúcar do "pão" da Subway? O pão da Subway, contém cinco vezes mais açúcar, do que o teor máximo de açúcar permitido pela legislação irlandesa, para ser considerado pão, e como tal ser isento de iva. Ou, como disse o supremo tribunal: “Neste caso, não há controvérsia que o pão fornecido pela Subway nas suas sandes aquecidas tem um teor de açúcar de 10% do peso da farinha incluída na massa”. Será que aquilo a que, chama pão, é mesmo pão? Ou será antes, o pão que o diabo amassou? A questão que se levanta, é mesmo, se será correcto chamar pão, ao que não é pão, levando os incautos a comer bolos, em vez de pão? Será que quando as pessoas, por comodidade, substituem o pão, por pão-de-forma ou outros sucedâneos, têm a real noção da falta de qualidade desse pão, em termos nutricionais? Esta é quase uma questão de ética comercial! Sobretudo quando todos sabemos que, a prevalência de diabetes, na população actual, é alarmante! Vender gato por lebre Esta história não é nova, desde os tempos mais remotos que se tenta "vender gato por lebre". Mas nos tempos modernos a venda do "gato" é feita com tal à vontade, que os próprios vendedores se auto-convencem, de que estão a vender "lebre". Será correcto que se deixe o consumidor - que muitas vezes até é diabético - pensar que compra pão, quando está a comprar um produto açucarado, que quase poderia ser categorizado como um biscoito ou um pastel?