Não invista no euromilhões!
Quem investe semanalmente, numa probabilidade estatística ínfima de mudança de vida, talvez tenha uma probabilidade, ainda mais ínfima, de estar mentalmente preparado para investir em si mesmo! Num país em que tantos, investem tanto, em jogos como a raspadinha ou o euromilhões, como a principal esperança de mudar de vida, temo que haja uma auto-estima muito baixa. Só assim consigo explicar, a mim mesma, como é possível que tanta gente aposte na sorte grande, em vez de apostar na gestão da sua vida.
Então jogar no euromilhões é mau?
Nem sempre... Se o fizer pontualmente, pode ser divertido e está a ajudar uma causa solidária. Mas se:
- o faz obsessivamente, todas as semanas
- se já sabe os seus números de cor e salteados
- se fica horas numa fila para entregar o seu boletim, como se fosse uma obrigação legal
- se joga mais que um boletim
- se reaplica sempre, o dinheiro dos pequenos prémios, no jogo, em vez de o receber e ir beber uma cerveja com os amigos.
- se está sempre a juntar uns trocos para ir jogar o placard ou uma raspadinha
- se esconde os boletins de jogo, da sua família ou dos amigos.
- se tem algum sentimento de culpa depois de gastar o dinheiro, no jogo.
Então, você tem uma atitude pouco saudável em relação ao jogo, e em relação à condução da sua própria vida!
Talvez se deva questionar se realmente acredita em Si próprio?
Talvez se deva questionar, se realmente você acredita em si próprio?
E se sim, deveria repensar porque é que, então investe tanto no factor sorte, se realmente acredita em Si e nas suas capacidades?
Esta é a principal razão porque deve deixar de investir regularmente, em raspadinhas e euromilhões.
Além de desperdiçar uma boa soma de dinheiro - que no final do ano poderia ser usada para um projecto pessoal - ao jogar na raspadinha, euromilhões e outros jogos similares, está a confiar o seu sucesso pessoal, à Sorte, em vez de confiar no seu poder pessoal de mudança.
Eu sei que não é fácil, porque existe sempre aquela esperança ridícula de ser um dos novos "excêntricos" e de vir a ter a vida facilitada, sem esforço, para sempre!
Mas será mesmo assim?
Muitas das histórias públicas, que se conhecem sobre os vencedores, demonstram que as pessoas contempladas com estes prémios, muitas vezes não estão habituadas a gerir tanto dinheiro, e as suas vidas não correm tão bem como seria de esperar porque parece, que a felicidade de receber o prémio coexiste com uma espécie de sentimento de culpa, por não terem feito nada para merecer aquele dinheiro, que acaba por ser explorado por terceiros, que se aproveitam dos novos "milionários", que não estavam preparados para o ser.
Além disso, receber uma grande soma de dinheiro - por si só - não vai promover nehuma mudança para melhor, no seu estilo de vida. Em muitos aspectos, provavelmente, você não precisa sequer de dinheiro, para atingir aquilo que quer na sua vida:
- Está insatisfeito com a sua alimentação?
- Com o seu peso?
- Com a sua passividade?
- Com os seus amigos e companheiros?
- Com as suas relações pessoais?
- Com a sua vida Social?
- Com o seu trabalho?
- Com, a sua carreira?
- Com o seu estilo de vida?
A melhor fórmula de mudança é apostar em Si
Quer mudar de vida?
Então tenho uma boa e uma má notícia para si!
A boa notícia é que não precisa de gastar o seu dinheiro no Euromilhões! Pode mudar tudo isso na sua vida, sem lhe sair a Sorte Grande!
A má notícia é que só depende do seu esforço pessoal, ou seja, depende muito do quanto vai Apostar em Si!
Invista em Si!
Qualquer mudança, que ambicione na sua vida, é possível e tem grande probabilidade de ser bem sucedida, se tiver disponibilidade mental - não, também não é uma questão de tempo - para, realmente, fazer uma auto-avaliação pessoal, da sua atitude, perante o que deseja alcançar.
Saiba, que essa mudança, depende única e exclusivamente da sua mudança de atitude! Não, não depende do seu chefe, nem do apoio da sua família, nem da sua sorte - depende 99% de apostar em Si!
O 1% diz respeito ao factor Sorte ou seja, àqueles azares, que por vezes deitam tudo a perder, como uma doença grave e incapacitante ou um acidente grave.
Mas qual é a probabilidade de isto acontecer consigo?
Eu diria que a probabilidade de ter a sorte de a sua mudança de atitude ser bem sucedida é de 99%.Então vale, ou não vale, a pena tentar?
Então porque não tenta?
Em vez de gastar tanta energia, a resolver sempre os mesmo problemas, decorrentes de não resolver a sua vida, da forma que deseja!
Não tente fazer a Revolução num dia!
Às vezes é preciso que nada mude, para que tudo mude!
Troquei o provérbio? Nem por isso e além disso, os provérbios valem o que valem, são como as tradições têm a credibilidade do uso continuado, no tempo, mas os tempos, mudam e com eles as vontades, as ideias, os ideais e até as certezas.
As revoluções, como mostra a história, têm demasiados efeitos colaterais, apesar dos benefícios.
E muitas revoluções, podem até detonar comportamentos imprevisíveis e eventos imparáveis, que ao acumular efeitos em cadeia, escapam ao controle humano.
Por isso, vá por mim!
Deixe-se de revoluções pessoais e de jogos da sorte e faça uma va-ga-ro-sa e progressiva mudança de hábitos e atitudes na sua vida... passo-a-passo... pé-ante-pé... até ao dia em que, com esforço, mas quase sem dar por ela, vai chegar lá... onde era o seu objectivo estar!
Uma reforma silenciosa, da sua maneira de estar, tem vantagens para si a para os outros, porque não interfere de forma drástica com a sua vida, nem com o dia-a-dia da sua família. Além disso, não obriga a grandes malabarismos físicos e psicológicos.
Um passo de cada vez, é melhor do que nada...
É um dado adquirido, que nós assimilamos e automatizamos os comportamentos que repetimos rotineiramente, a tal ponto que esses comportamentos já não nos exigem qualquer esforço porque são quase instintivos. Por exemplo:
- Se todos os dias começar a dar ao seu filho, desde tenra idade, uma cenoura para roer, enquanto cozinha o jantar, ele vai automaticamente surgir-lhe na cozinha quando a ouvir a descascar uma cenoura, para o jantar.
- Se todos os dias colocar na mochila do seu filho um pacote de leite com chocolate, ele vai fazer disso um hábito e vai estranhar no dia em que quebrar a rotina e lhe colocar um pacote de leite normal.
- Se se habituar a descalçar os sapatos quando entra em casa, esse gesto vai ser tão natural, e automático, que mesmo que se tenha esquecido de algo e tenha muita pressa, vai voltar a descalçar os sapatos, antes de reentrar em casa.
A Revolução Silenciosa
Se quer fazer uma revolução silenciosa na sua vida, a primeira coisa que tem de analisar - seja honesto consigo próprio, pois não vai precisar de mostrar a ninguém - é a forma como o seu comportamento influencia muitas das coisas que não gosta na sua vida.
- Quer poupar dinheiro para viajar, mas gasta-o em raspadinhas?
- Anda sempre a correr para todo o lado, porque deixa tudo para a última hora?
- Acha que tem peso a mais, e saúde a menos, porque tem uma vida demasiado sedentária?
- Acha que devia fazer uma alimentação diferente, mas não consegue evitar os doces?
- Acha que os seus filhos são indisciplinados, porque às vezes não lhe apetece sair do sofá e deixa-os fazer o que querem, só para não se chatear?
- Acha que a sua família devia colaborar mais nas tarefas de casa, mas acaba por fazer tudo sozinha, para evitar as eternas discussões?
- Acha que devia dedicar mais tempo a cuidar de si, mas desleixa-se a ver televisão em vez de o fazer?
- Quer dedicar algum tempo a um hobby, mas acaba por ficar sempre no café - por vezes a falar disso com as suas amigas - em vez de passar à prática?
- Acha que devia afastar-se de um "amigo" que muitas vezes tem comportamentos que a irritam, mas depois deixa-se convencer sempre pelos seus pedidos de desculpa?
- Acha que o seu companheiro, bebe demais, mas prefere ignorar o problema para não discutirem?
É por isso que a educação é tão importante - falo do treino e manutenção de hábitos e rotinas saudáveis - desde a infância.
A melhor Herança que os pais podem deixar ...
Quanto mais tarde tentamos implementar novos hábitos na nossa vida, mais difícil e moroso é o processo, porque temos primeiro que erradicar os maus hábitos já instalados - que muitas vezes já estão automatizados - para dar lugar aos novos hábitos.
Se fomos desde crianças habituados a comer no sofá, sem horários regulares, em frente do televisor ou do tablet, não vai ser de um dia para o outros que vamos mudar esse hábito, porque quando chegamos a casa provavelmente já temos o instinto de pegar numa porcaria qualquer e devorá-la em frente da TV, em vez de cozinhar algo saudável de forma regular.
Este, como outros hábitos, é difícil de combater - porque só nos sentimos realmente mal, quando já estamos instalados no sofá a devorar algo - e não é fácil renunciar a esse "conforto".
Em vez de ser vigilantes no nosso dia-a-dia só queremos promover a mudança ou quando vamos experimentar "aquelas calças" e já não nos servem. Ou pior ainda, só mesmo quando a nossa saúde começa a acusar os efeitos acumulados desses maus hábitos, sob a forma de diabetes, tensão alta, obesidade, celulite, colesterol elevado, problemas de fígado, dores nas articulações ou na coluna, etc...
Muitas vezes, depois de uma ida ao médico de família, ficamos alarmados e sentimos urgência em mudar de vida. Mas esse é talvez o pior momento para mudar de vida! Porque sentimos urgência na mudança! O pior é que, provavelmente, já estaremos condenados a tomar uma data de medicamentos, que seriam totalmente desnecessários, se tivéssemos cultivado hábitos saudáveis, desde cedo!
Ou seja a mudança só se impõe, na nossa vida, quando o problema já está tão instalado, que temos urgência em mudar e, além disso, que já temos associados, ao nosso problema comportamental, muitos outros efeitos colaterais negativos:
- os custos monetários dos tratamentos e da medicação para tratar os problemas instalados.
- os efeitos secundários da medicação, que estamos a tomar.
- os efeitos psicológicos de sabermos que já não somos pessoas saudáveis
- as limitações físicas decorrentes do nosso problema de saúde
Mas como diz o ditado: "Depressa e bem, não há quem!"
Para evitar tudo isto - mesmo que ache que está tudo bem consigo e que tem bons hábitos - pare um pouco para analisar a sua vida, e o seu dia-a-dia:
- o que come.
- quanto dorme.
- como se movimenta.
- os seus vícios, se os tem.
Agora se já fez esta auto-análise, seja sincero consigo... Comece agora (!) a pensar, como mudar tudo o que funciona mal na sua vida, sem mudar de vida!
Comece por fazer um mapa das suas rotinas diárias, ou da falta delas, e procure detectar pequenas mudanças que pode ir incorporando, progressivamente, para melhorar a sua qualidade de vida. Claro que toda a mudança depende, antes de mais, das suas metas e objectivos pessoais: se quer emagrecer, ser mais activo, abandonar os jogos , deixar de fumar, etc...
Mas analisar os pequenos detalhes e actividades do seu dia-a-dia, pode surpreendê-lo, e é um bom começo:
- se almoçou/jantou num café, restaurante, pastelaria, snack-bar
- se levou uma marmita que aqueceu no escritório
- se levou uma marmita com salada ou uma sandes fria
- se comeu uma sopa ao almoço e se estava salgada
- quantas cores tinha o prato do seu almoço, jantar
- que quantidade e tipo de molhos usou em cada refeição
- se acompanhou o café com uma sobremesa
- se tomou o pequeno-almoço numa pastelaria e o que consumiu
- se lanchou numa pastelaria e o que consumiu
- se consumiu iogurtes, veja na embalagem o teor de açúcar e anote
- se petiscou nos intervalos das refeições e o quê
O quadro, que se segue, é apenas uma coleção, como sugestão, de algumas ideias. Pode, perfeitamente, passar à frente e elaborar o seu próprio mapa.
- se acompanhou o almoço/jantar de um refrigerante ou outra bebida
- se bebeu fora das refeições e o quê
- quantos cigarros
- a que horas
- outro tipo de substâncias
- a que horas
- quantas raspadinhas faz por semana
- a que horas faz as raspadinhas
- outro tipo de jogos
- quanto gasta por semana, em cada tipo de jogo
- quanto recebe pequenos prémios,utiliza o dinheiro para jogar ainda mais?
- quanto acha que podia poupar, durante um ano, sem jogar
- quanto vai jogar, acaba por gastar mais do que previsto inicialmente, ou não
- joga comos amigos, e família ou sozinho
- costuma esconder os talões, dos seus familiares, ou não
- o que fez durante os últimos 30-40 minutos, antes de se deitar
- tomou algum comprimido para adormecer
- a que horas se deitou
- a que horas adormeceu
- a que horas acordou
- a que horas se levantou
- se subiu as escadas em vez de usar o elevador
- se arrumou a casa ou brincou com as crianças em vez de se esponjar no sofá,
- se fez uma boa caminhada no fim-de-semana em vez de ficar enfiado num shopping
- se foi ao ginásio
- se caminhou na hora de almoço, em vez de ficar sentado num café
- se caminhou ou passeou o seu cão, a pé, durante pelo menos 15 minutos
- sempre que se deslocar a pé em vez de usar o carro, para ir às compras ou ao café
- sempre que sair numa paragem anterior, ou duas, para caminhar um pouco a pé para o trabalho
Força! Qual vai ser o seu primero, pequeno passo?
Por si, pela sua família, pelos seus filhos, pelo seu bem-estar de amanhã!
Porque agora, já sabe que a mudança de vida não é, nem uma questão de Sorte, nem é uma questão de dinheiro.
Na realidade, você sempre soube, que é apenas uma questão de Atitude!