A completa negação da Natureza
Plantas douradas, pintadas, despejadas para o lixo... como coisas, que não são!
Estamos tão desligados da Natureza, que é cada vez mais comum tratar as plantas com o simples objectos decorativos.
E esta coisificação das plantas como objectos, liberta-nos para as podermos até (!) pulverizar com latas de spray e pintar como se fossem simples esculturas de barro.
Como é que esta planta consegue realizar a fotossintese, com as suas folhas obstruídas pela tinta?
Isto é a completa negação da Natureza e a mim choca-me que se vendam estas aberrações, exactamente, nas floristas.
As lojas de floristas, deveriam deveriam orgulhar-se de ser as guardiãs, dessa comunhão entre o homem e a Natureza. Deveriam ser, para além dos jardins públicos, os espaços onde, na cidade, nos reconfortamos com um pouco da Natureza, que podemos até levar para nossa casa, para cuidar.
Estou certa, que muitas pessoas, se deslocam até às lojas de floristas, por gostarem de estar em contacto com plantas.
Não deveriam as floristas, ser as primeiras e rejeitar estas aberrações?
Não deveriam ser as primeiras a sentir-se ultrajadas, por estes atentados?
Pelo que tenho observado, parece-me que não!
É precisamente nas montras, das lojas de floristas, que tenho encontrado estas aberrações.
A verdade é que até as floristas, na realidade, já trabalham mais com plástico do que com plantas.
Basta observar a quantidade de bujigangas com que se decoram os ramos de flores actuais.
Até parece que as plantas não valem nada, por si mesmas...
E as Tradições Natalícias?
Não, não estou a falar das decorações de Natal, com folhas secas entrelaçadas ou pinhas decoradas com purpurina.
Também não falo da recolha de musgo para fazer um presépio.
Essas são tradições que revelam até uma certa comunhão entre o homem e a Natureza, e um respeito até, pela sua infinita beleza e plenitude.
Sobretudo, se no fim da época natalícia o musgo é devolvido à terra e o Pinheirinho de Natal, replantado num jardim.
Mas, para mim, as tradições natalícias, nada têm de comum com uma planta viva, envasada e asfixiada com uma lata de spray, de uma cor berrante a condizer com o vaso em que é vendida.
Nem tão pouco com um vaso de cactos, vivos, em que as folhas - por vezes, todas as folhas ! - são completamente purpurinadas, arroxeadas ou prateadas com sprays.
Isto é a completa negação do Espirito Natalício, e da solidariedads para com os outros, porque as plantas também são os outros - seres vivos - que partilham connosco e purificam o ar que respiramos!
Neste Natal, seja solidário com as suas irmãs, as plantas!
Diga não às plantas torturadas, mesmo que sejam louras platinadas!