Nunca houve tanta informação contraditória

Como decidir, perante tanta informação contraditória e tantos estudos contraditórios?
Como decidir, perante tanta informação e tantos estudos contraditórios?

Nunca, como hoje tivemos acesso a tanta informação.

Nunca, como hoje tivemos acesso a informação tão especializada e credível.

E tudo isto está acessível de forma gratuita.

As bases de dados de muitas universidades e centros de conhecimento, são disponibilizadas online e podemos aceder-lhes, sem sair de sua casa.

E isto aplica-se a todas as áreas de conhecimento, quer seja sobre engenharia, medicina, biologia ou nutrição.

Quer saber mais sobre a sua doença?

Pode procurar na biblioteca pública, em publicações especilizadas, nas bibliotecas das universidades e até na Internet.

Existem bases de dados fabulosas, com os últimos bits de informação sobre a sua doença e até fóruns online onde pode trocar de informação com pessoas que já sofreram, ou sofrem, da sua doença.

Está preocupado com a sua alimentação?

Pode consultar a miríade de livros sobre o assunto, na biblioteca pública e até pode inscrever-se como leitor e levar alguns para sua casa.
Pode fazer uma formação online, gratuita, com nutricionistas certificados, e até ter oportunidade de colocar algumas das suas dúvidas através de um fórum em que alguém competente, responde às suas questões.

A informação nunca foi tão difundida e abundante, nem nunca esteve tão disponível.

E, no entanto,

Nunca houve tantos preconceitos, boatos, e até teorias ignorantes e sem fundamento, como actualmente.

Nunca houve tanta desinformação.

Nunca tivemos tantas dúvidas, sobre a realidade que nos é comunicada, pelos meios de informação.

Nunca desconfiamos tanto, dos interesses instalados e do modo como o seu marketing influencia a opinião pública.

Em resumo, nunca houve tanto ruído no caminho que temos que percorrer para aceder à informação.

E isto, é válido mesmo quando falamos dos chamados "especialistas". 

Os especialistas 

E depois, existe ainda a questão: O que é um especialista?

E esta questão é pertinente, porque nunca como hoje, se abusou tanto da palavra especialista.

E nunca, como hoje, tantos se auto-apelidaram especialistas, sem o serem de facto.

Não admira por isso, que haja também tanto receio, em aceitar a informação que recebemos, como verdadeira e final.

Tudo parece transitório e o que antes se dizia que fazia bem, agora diz-se que faz mal.

Soluções simples para se manter saudável, são aos magotes, mas...em quem confiar? 

Pesquise e informe-se  

E mesmo aqueles em quem deveríamos confiar, se os consultamos uma e outra vez, chegam a dizer-nos coisas diferentes.

E também, não se entendem entre eles, um advoga um medicamento e o outro diz que é ineficaz.

Até porque, também nunca houve tanta informação contraditória e tantos estudos contraditórios, como há hoje! 

Afinal, como decidir? 

Se até há umas décadas, os profissionais de cada área, detinham o exclusivo da informação especializada da sua área, hoje qualquer leigo que se decida a estudar um assunto, pode aceder facilmente às mesmas fontes que um profissional.

As universidade e bibliotecas disponibilizam online, bases de dados com os estudos dos especialistas e até formações que ajudam a ganhar a literacia necessária, para aceder ao conhecimento e conseguir processá-lo. Não ficamos uns especialistas, mas ficamos com bagagem, para validar a informação e as soluções que nos são sugeridas pelos especialistas.

Procure fontes credíveis

Com tanta informação, desinformação e interesses económicos à mistura, é da nossa responsabilidade, procurra fontes credíveis de informação.

Estudar e pesquisar, ou pedir se necessário segundas opiniões, antes de  decidirmos fazer algo de agressivo, em qualquer área que nos afecte pessoalmente, sobretudo se estamos a falar da nossa saúde ou das nossas finanças.

Peça segundas opiniões

Nestes dois últimos casos, em particular, eu sou adepta da pesquisa e das segundas opiniões, porque por mais esclarecido que ela seja, um profissional, existe sempre uma certa deformação profissional, que nos pode ser benéfica, mas também pode desfavorável.

Por exemplo, um médico pode estar tão condicionados, pelos seus utentes, a receitar medicamentos que acaba por fazê-lo por rotina, para não defraudar as espectativas, do doente que espera sair dali medicado. Existem meios onde há muitos utentes assim, e todos temos amigos que são mesmo assim, mas essa pode não ser a nossa perspectiva...

Ao consultar uma segunda opinião, conseguimos sempre colocar as coisas mais em perspectiva e, portanto, ter mais dados para tomar uma decisão informada.

E isto é mau, ou é bom?

Apesar dos aspectos negativos, que acompanham este excesso de informação, e dos interesses económicos, que se mascaram muitas vezes a informação,  eu sou de opinião que hoje estamos melhor, porque qualquer que seja o assunto que nos interessa, podemos googlar apenas algumas palavrinhas e descobrir um enorme manancial de informação gratuita , actualizada e com qualidade, que antes só estava disponível, para académicos e profissionais dessa área.

Mas claro, esta é apenas mais uma opinião, a minha opinião... num mundo em que todos somos opinion makers e em que, com tantos soundbites é cada vez mais difícil decidir o que é melhor para nós e para a nossa saúde. 

Mariana Barbosa

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