A Movida Popular de Agosto
O mês de Agosto é o rei das festividades e da movida popular.
De Norte a Sul de Portugal sucedem-se as Festas, Festinhas e Festarolas.
Agosto é celebração e alegria.
Agosto é o mês, por excelência, das férias, das festas e da celebração da vida com alegria.
O mês em que partimos para novos destinos, mas também regressamos a velhas paragens da nossa infância, ou lugares de estimação das nossas memórias.
Voltamos à casa dos avós, das tias, dos primos ou da vizinha que nos cozinhava sempre "aquele docinho".
E, sobretudo, brindamos e celebramos a vida, com muito mais alegria!
A comida como acto de celebração
Reunem-se as famílias e regressam os emigrantes portugueses e lusodescendentes da diáspora. E em cada povoação, mesmo a mais despovoada e envelhecida, reverte-se temporariamente o sentimento de perda sociológica.
Em tudo quanto é aldeia, vila ou vilarejo, a pretexto de um qualquer Santo Padroeiro, come-se e bebe-se até não poder mais.
E, para compensar, há sempre em todas as festas, as inevitáveis Eucaristias e Procissões.
Reminiscências de um país onde a Igreja Católica já teve um grande poder, mas se tem vindo a adaptar, lentamente, a novos tempos e vontades, em que a vida se faz mais de folia e alegria, do que de opulência eclesiástica e austeridade popular.
E, assim, os Portugueses, homens e mulheres versáteis, assumem de forma sentida um ar de rigor austero e pesaroso na Eucaristia e na Majestosa Procissão em Honra do Santo Padroeiro da Sua Terra Natal.
Mas, mal pousam os andores da Procissão, sacam logo do fogo de artifício e das concertinas, para comer, beber, dançar, conversar e folgazar, até a noite acabar!
Porque, afinal, a comida também é integração, celebração e festa!
A Festa da Terra como veículo de memória e afetos
É desta dicotomia que se fazem muitas das festas populares, em Portugal.
Porque o mês de Agosto, não é só sol, praia e fogueiras ao ar livre, ups, agora é mais fogos em roda livre, mas adiante...
Festas, Festinhas e Festarolas
Em cada povoação podemos encontrar cartazes a anunciar com antecedência o programa das festas locais!
Em todas as festas podemos dar um pezinho de dança, provar algumas iguarias, estabelecer contacto fácil e saber mais sobre os usos e costumes particulares das gentes locais.
Mas numa sociedade que se quer cada vez mais uniforme e global, as festas tendem também elas a modernizar os rituais e a uniformizar-se, para atrair mais pessoas, numa irónica rejeição da sua própria identidade, para dar lugar a uma certa modernidade que no final irá atrair menos pessoas, porque sendo tudo "mais do mesmo", não vale a pena regressar às nossas origens se:
- Em lugar da barraca de doces caseiros, com receitas familiares da terra, temos a barraca de crepes com nutella.
- Em lugar do sumo da Laranja das Hortas locais, temos a polpa de fruta açucarada e engarrafada, ou nem isso..., apenas água com açúcar.
- Em lugar da barraca de sandes de presunto, bem curado, em pão saloio cozido em forno a lenha, passamos a ter a barraca de sandes de queijo e fiambre, com pão de forma aquecido no microondas e uma "carne" cuja origem, para nós é um mistério, que na realidade nem queremos conhecer.
- Em lugar da corrida de cântaros à cabeça e dos jogos tradicionais, ou da largada de barcos improvisados, só temos mais do mesmo.