Estufado de Abóbora com Lentilhas, e uma uma mão cheia de ervas e especiarias
Receita:
Ingredientes
- azeite q.b.
- flor de sal q.b.
- 1 folha de louro
- açafrão
- malagueta moída
- tomilho fresco
- noz moscada q.b.
- 1 colher de sopa de chutney
- 1 colher de sopa de cebola picada com salsa, em azeite (pode aproveitar o molho usado para acompanhar o peixe grelhado de véspera)
- 2 tomates picados
- 2 cogumelos marron picados grosseiramente
- 1 pimento picado
- 1 mão cheia de amendoins com a pele
- 1/2 chávena de lentilhas vermelhas
- 1 fatia grande de abóbora bio, bem tenra, (se possível com a casca )
Preparação
Coloque todos estes ingredientes, excepto a abóbora, numa panela e adicione água, até cobrir.
Entretanto corte a abóbora em cubos e acrescente-a.
Se necessário acrescente mais água e deixe cozer até a abóbora ficar tenra!
Uma abóbora que é uma aboborazinha
Uma abóbora que é uma aboborazinha
Hoje, finalmente, resolvi consumir uma aboborazinha, nascida depois do tempo e colhida antes do tempo.
Colhida antes do tempo, porque o caule partiu e secou antes de ela se desenvolver e crescer aquilo a que teria direito, se a vida fosse uma linha recta e ascendente perfeita.
Mas não, garanto que não é!
E a minha aboborinha, é uma boa prova disso: nasceu, tardiamente, já no Outono, quando as outras abóboras já estavam maduras, e mesmo assim, lá foi lutando pela sua sobrevivência, ao frio e à chuva.
Teve alguma sorte, porque empalhamos o solo para lhe dar uma cama mais confortável que aguentasse o frio que se previa.
Graças a este Outono atípico - mais quente, e com menos chuva na zona do litoral centro - esta abóbora tardia, lá resistiu e se desenvolveu,- mas não o suficiente para ter o tamanho de uma abóbora adulta.
E não foi por causa do frio, mas por um infeliz acidente!
Há vidas assim, descontinuadas!
Depois de colhida, ainda esperou uns meses na prateleira - no local seco e fresco, onde guardamos a nossa reserva de abóboras e chuchus, para o Inverno
Hoje decidimos que a aboborinha ia ser o nosso almoço!
E, foi com algum espanto que saboreamos o resultado final: um excelente guisado de abóbora com cogumelos marron e lentilhas!
Apurado com uma mão cheia de especiarias: mix de açafrão Bio com malagueta moída e tomilho fresco ( da nossa horta); a que acrescentei um "cheirinho"de noz moscada e uma colher bem cheia de chutney caseiro.
E ainda,1 colher de sopa de cebola picada com salsa em azeite (na realidade, era o aproveitamento do molho usado para acompanhar o peixe grelhado de véspera)
O Chutney está muito na moda, cá em casa, aliás desconfio que se vai tornar um clássico, e que daqui a vinte anos, o mês de setembro ainda será uma azáfama na cozinha. Já me estou a imaginar: rodeada de tachos e panelas em slow cooking - porque é assim que se faz o chutney, num fogo muito brando e prolongado, com todos os ingredientes muito picadinhos e mergulhados numa atmosfera agridoce, com ervas aromáticas e especiarias, de que pode resultar uma infinita combinação de sabores, cujo resultado é sempre um molho, muito versátil e que dá um toque de sabor requintado a qualquer prato: arroz, massa, salada, ou estufado.
Por mais pequena que seja uma abóbora, ela rende sempre muito. E esta, sendo cultivada sem fitofármacos de síntese, posso cozinhá-la também com a casca e guardar as sementes, o que rende ainda mais e torna a refeição nutritiva.
Neste caso, resolvi separar as sementes para as galinhas, e aves de capoeira, porque ainda estavam um pouco verdes - as galinhas adoram sementes de abóbora e eu tenho preguiça de as descascar.
Mas aproveitei a parte do miolo mais filamentosa, que se liga às sementes, porque era a parte mais colorida, mais alaranjada, e a cor é um bom indicador de riqueza em nutrientes (quando não são corantes artificiais), logo decidi aproveitar. o bónus de vitaminas extra.
E como as galinhas ficaram contentes, com as sementes de abóbora!
Oba! Oba ! - disseram-me elas.
No final, ficamos como as nossas galinhas, todos repimpados e felizes com o almoço!