Hipermercado Moderno - Secção de Horto Frutícolas
Um relatório publicado pela Universidade do Texas, no Journal of the American College of Nutrition, avaliou a evolução do valor nutritivo - ou seja a qualidade alimentar, do ponto de vista nutricional - de 43 alimentos, hortícolas e frutícolas, entre 1950 e 1999, ou seja, durante 50 anos. Para este estudo, recorreu aos dados estatísticos das análises publicadas pelo do Departamento de Agricultura do Estados Unidos.
Este estudo demonstrou que todos os tipos de frutos e legumes, avaliados no estudo, sofreram um declínio considerável no teor de:
- proteínas
- cálcio
- fósforo
- ferro
- vitamina B2
- vitamina C
Este declínio, está provavelmente associado ao modo de produção e à seleção de variedades de alimentos, mais resistentes ao transporte, de crescimento mais rápido e claro mais adequadas às necessidades do mercado e mais rentáveis para o produtor.
Mas devemos atribuir a culpa aos produtores agrícolas?
Os agricultores, adaptam-se, como qualquer empresa, às solicitações e necessidades do mercado.
Se uma população crescente, pede produtos com determinadas características e se as grandes superfícies comerciais, fazem pressão sobre os agricultores para cumprir cotas mínimas de produção, para produzir frutos e legumes de maior calibre, o agricultor tem que se adaptar para sobreviver e investir em soluções para satisfazer a procura.
O agricultor passa a produzir espécies - animais, cereais, frutas e legumes - de crescimento mais rápido e adopta medidas de controle para obter o calibre e o peso "certos", de acordo com os standards do comércio e os "educados" gostos do consumidor moderno.
Mas isto é de uma violência para com a Natureza, que temos muito para reflectir...
Além de colocar em causa a qualidade dos solos e da água, reduz a diversidade de espécies, animais e vegetais. É contranatura, porque não respeita os ciclos-naturais de desenvolvimento, de plantas e, sobretudo, dos animais.
A agricultura que temos é o resultado da lógica do mercado.
A agricultura que temos é o resultado da lógica do mercado.
Se queremos mudar a qualidade dos produtos que comemos, temos que mudar a agricultura que temos, e para isso devemos começar por mudar a lógica do mercado, estimulando os mercados de pequenos produtores para aumentar a diversidade e qualidade da oferta.
A realidade, que se esconde, em cada minidose de cenoura ralada
Para mudar a lógica do mercado temos que informar e educar as pessoas para a sustentabilidade alimentar, dando-lhes a conhecer a realidade:
- A fruta mais pequena é menos atraente, mas é mais saborosa e nutritiva.
- Uma maçã grande e brilhante tem mais água, mas nem sempre tem mais nutrientes, e isso reflete-se na falta de aroma e sabor.
- Fruta e legumes cortados e/ou descascados - não são tão saudáveis, nem tão nutritivos, porque perderam nutrientes durante o seu processamento. Paga mais, por menos.
- Fruta e legumes embalados em plástico, em minidoses - não são sustentáveis nem para a sua carteira, nem para o ambiente.
- A embalagem, calibragem e etiquetagem dos produtos não é sempre indispensável, e além disso tem custos para si e para o produtor.
É possível simplificar!
A calibragem, a embalagem, a distribuição e a etiquetagem.
Não é possível sustentar um mercado mundial crescente que exige fruta grande, bonita e brilhante, fora de época - porque é um mercado injusto e que obriga a desperdiçar uma grande parte da produção agrícola.
Simplificar a cadeia alimentar é na realidade a resposta lógica e adequada, para reduzir o desperdício alimentar e melhorar:
- A saúde dos consumidores.
- A saúde financeira dos agricultores.
- A saúde do Planeta.
Em conclusão
Com este site, pretendemos dar o nosso contributo, para ajudar a mudar a realidade e promover uma verdadeira Reforma Agrária!
Por uma Agricultura mais Saudável e mais Justa para Todos!
Contamos Consigo!
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