Durante 2 meses fiz uma experiência: não deitar nenhum lixo fora, para ter uma noção da dimensão do lixo que 2 pessoas fazem.
Para percebe melhor o vídeo, é importante dizer que faço compostagem em casa, e como tal raramente deito restos orgânicos no lixo indiferenciado (uma vez que não há recolha de resíduos orgânicos domésticos, no Porto)
Ver o meu artigo Conseguir 100% compostagem num apartamento
Regra muito prática e drástica para reduzir o consumo de plásticos
Tenho por hábito levar sacos de pano ou ráfia, sempre que vou às compras.
Sempre que vamos comprar fruta e legumes, a norma é pegar num saco de plástico, por cada tipo de alimento. É um acto tão enraizado e tão cómodo, que numa época em que o endutimento é rei, não há tempo, nem disponibilidade mental, para pensar no impacto (brutal) desta atitude.
Fazer este vídeo e visualizar o impacto das minhas ações, fez-me pensar sobre o assunto. Assim, criei uma regra muito simples:
- Sempre que vou às compras, se não tiver comigo os meus sacos de pano, não compro.
Será que estou louco ou obcecado?
Posso estar, mas não é pelo facto de querer reduzir a minha pegada ecológica.
Louco e irracional é o que estamos a fazer ao planeta.
Toda a gente já percebeu, já entendeu, já leu, já ouviu e... continuamos a conduzir-nos na direção do abismo.
Com a cómoda desculpa de que somos uma gota no oceano e, portanto, não vale a pena fazer diferente!
Mas parece existir algo,
Economia Verde e Sustentabilidade
Todos gostam e aplaudem, os políticos com discursos sobre a "Economia Verde" e a Sustentabilidade.
Ficamos todos empolgados quando ao nível governamental se anunciam medidas administrativas para promover a economia circular e a sustentabilidade.
E, ainda, ficamos excitados, quando os líderes globais, promovem encontros para estabelecer metas e acordos para "salvar o planeta".
O impacto das minhas ações
E a nossa contribuição pessoal? Uma contribuição real?
Se viram o vídeo já perceberam que vivo no Porto. E acho que é escandaloso ver os caixotes de lixo indiferenciado, da cidade, repletos de plásticos e de papel, ao lado dos caixotes de reciclagem.
E, então, se estivermos a falar dos caixotes de lixo ao pé de restaurantes, a situação é ainda pior.
Não faz sentido nenhum!
Eu, pessoalmente, não preconizo medidas repressivas para resolver problemas, que têm a ver com comportamentos pouco aceitáveis. Defendo acções, individuais e coletivas, para educar e promover a mudança de atitude.
Claro que não estou louco. No mínimo, isto é bom senso.
Ecopontos ou descargo de consciência?
Os ecopontos, são os locais onde destralhamos as nossas vidas, e as nossa casas, para libertar espaço para as próximas compras.
E, pelo caminho, servem também como paliativo para lavar a nossa consciência - numa espécie de vicioso greenwashing pessoal.
Há perspectivas para melhorar?
Não acredito.
Só quando existir uma singularidade trágica, com impacto bem real, que nos leve a reduzir, voluntariamente, a globalização do nosso consumo.
Se reflectirmos um pouco, a evolução da recolha e tratamento dos lixo segue a mesma lógica há 20 anos. Nada evolui.
Nem podia, porque para mudar é necessário que antes ocorra uma revolução alimentar.
E é por isso, que eu defendo uma reforma agrária pelo lado do consumidor.