Município da Maia - serviço de recolha porta-a-porta, dos resíduos orgânicos

A valorização e aproveitamento económico dos resíduos orgânicos é o caminho, para uma sociedade mais saudável e mais sensível ao desperdício. 

Valorização e aproveitamento económico dos resíduos orgânicos
Valorização e aproveitamento económico dos resíduos orgânicos

O Município da Maia, já era pioneiro na promoção da recolha porta-a-porta dos resíduos domésticos diferenciados, em Portugal. Mais recentemente, resolveu alargar o seu serviço de recolha porta-a-porta aos resíduos orgânicos

Esta medida, não só  permite envolver os cidadãos e responsabilizá-los para a correcta separação do lixo doméstico e dos seus restos alimentares, como lhes facilita o dia-a-dia.

Ao efectuar uma recolha selectiva e de proximidade, que inclui os restos alimentares, a Maia está a educar e a responsabilizar para uma gestão mais cuidada, do lixo doméstico e da matéria orgânica, que cada munícipe produz. Este é o caminho, para uma sociedade mais saudável e mais sensível ao desperdício. 

Cada família deve ter consciência do lixo que produz e deve: separar, reduzir e reaproveitar. 
Mas para isso, é necessário um serviço municipal que informe, facilite e colabore com o cidadão: na recolha, separação e recuperação do seu lixo doméstico! 

Ora isto é um grande passo num país onde a maioria dos cidadãos não têm qualquer alternativa para o correcto aproveitamento dos seus resíduos orgânicos, para além da compostagem caseira.
Muitas pessoas nem sequer têm consciência da necessidade de devolver ao solo, de forma responsável, os resíduos orgânicos em vez de os incinerar ou enviar para "aterros sanitários" 

Apesar das elevadas taxas que cada agregado familiar paga mensalmente pelos serviços de tratamento e recolha de resíduos, não lhe é oferecido qualquer serviço de recolha seletiva dos restos alimentares.  

Se uma família não dispuser de um terraço, uma varanda, ou outro espaço onde possa fazer a compostagem dos seus restos alimentares, a única alternativa que lhe resta, é enviar todos os restos alimentares para o lixo indiferenciado, juntamente com os restantes resíduos indiferenciados que produz.

Compostagem já! Não podemos continuar a tolerar esta realidade, nas nossas cidades!
Não podemos tolerar mais esta realidade, nas nossas cidades!
  • Isto será admissível, numa sociedade que produz tantos restos alimentares?
  • Isto será lógico, numa sociedade que gasta fortunas a fertilizar os campos com produtos sintéticos?
  • Isto será ético, num país com o solo cada vez mais desertificado e empobrecido

URGENTE: Serviço de recolha e valorização de resíduos orgânicos!

Assim, esta medida, de oferecer um serviço de recolha de resíduos orgânicos porta-a-porta, apesar de meritória não tem nada de estraordinária! Na realidade, peca por ser tardia e não estar aplicada no resto do país.

Extraordinária é a não existência da recolha de resíduos orgânicos domésticos, no resto do país!

Em Lisboa e no Porto, apenas para citar os maiores "produtores" de resíduos orgânicos, os restos alimentares domésticos, são pura e simplesmente desperdiçados. Com todos os custos económicos e ambientais que isso acarreta, quando deveriam! - ser reaproveitados e convertidos em fertilizantes naturais.

No resto do país, também não se cria valor para a economia, através da recolha seletiva e da valorização dos resíduos orgânicos. Cobra-se aos contribuintes o custo da sua eliminação, o que é um perfeito absurdo!

Ou seja, em Portugal o tratamento dos resíduos domésticos constitui um fardo económico e ambiental, substancial para os Municípes de todas as cidades que não os valorizam, quando deveriam ser, pelo contrário, uma fonte de rendimento para o município, através da sua valorização e da diminuição dos custos com a pegada ambiental desses resíduos.

Se todos os restos orgânicos fossem valorizados, haveria um volume muito menor de lixo doméstico depositado nos aterros sanitários e até a recolha do lixo indiferenciado seria um processo mais simples e mais higiénico, porque são sobretudo os resíduos orgânicos, depositados nos contentores, que provocam os maus cheiros e atraem moscas, pombas e gaivotas. Um cenário cada vez mais comum na cidade do Porto, por exemplo, com a consequente degradação, até do bem-estar dos próprios cidadãos nesta cidade.
Assim, não restam dúvidas de que é urgente:

  • A recolha seletiva porta-a-porta dos resíduos orgânicos domésticos
  • A sensibilização da população para a separação e valorização dos seus restos alimentares e outros resíduos orgânicos domésticos! 
  • O aproveitamento económico dos resíduos orgânicos domésticos, como matéria-prima para fertilizantes

Para diminuir substancialmente a pegada ambiental da nossa comunidade e melhorar os solos.

Com isto também se conseguirá diminuir substancialmente a fatura do tratamento dos lixos e o ambiente agradece !

E a sua saúde e bem-estar também!

Parabéns para a Maia, por mostrar o caminho para uma sociedade mais sustentável e mais equilibrada!

Como funciona a recolha dos resíduos alimentares na Maia

O projeto-piloto desta medida, está a ser implementado na freguesia de Águas Santas, em zona composta maioritariamente por habitações uni e bifamiliares. A MAIAMBIENTE tem o propósito de estender  o projecto “num futuro próximo” ao resto do concelho, mas não indica datas.

Esta medida será implementada pela empresa pública municipal MaiaAmbiente, em articulação com a Câmara da Maia e a Lipor - Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto.

Em nota, remetida à Lusa, a MAIAMBIENTE indicou que estavam a ser entregues contentores dedicados: 40 litros para a recolha e de dez litros para uso interior. Já existem 952 os pontos de recolha, que correspondem a 1.100 habitações.

O presidente da autarquia, António da Silva Tiago, além de acompanhar o circuito de recolha, apresentará os objetivos do projeto e o impacto nas metas do PERSU 2020 do município (Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos) e consequentemente na Agenda 2030.

A Lipor - Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto, que serve não só o Município da Maia, mas também os outros municípios do Porto, já faz há alguns anos a recolha porta-a-porta dos resíduos orgânicos, nos grandes produtores de resíduos: restaurantes, cantinas de escolas, cemitérios e outras empresas ou instituições. No entanto, também temos observado que, pelo menos na cidade do Porto, os contentores continuam a transbordar de restos alimentares e muitos dos grandes produtores de resíduos orgãnicos,  "escapam" a esta recolha  porta-a-porta.
Como sabemos?
Não é necessário nenhum estudo, basta observar os pontos de recolha de lixo indiferenciado, na cidade do Porto para se perceber isso!
Diariamente observamos:

  • contentores a transbordar com restos da limpeza de jardins
  • contentores a transbordar com restos de comida e toalhetes de mesa

Portanto, na recolha selectiva nos grandes produtores de resíduos, algo também pode melhorar!

Agora, que leu isto, observe com mais atenção, em todo o país, os contentores de lixo que o rodeiam e a quantidade de resíduos que estamos a desperdiçar!

Todos os resíduos com potencial de valorização deveriam ser recolhidos e valorizados mas, sobretudo, os restos alimentares e os resíduos orgânicos, deveriam ser devolvidos ao solo, de onde foram retirados, porque o maior de entre os recursos da humanidade é seguramente o solo!

Um Município que cuida dos seus resíduos alimentares, está a criar vida!

Ao observar a maneira como cada município, trata do seu solo, poderemos chegar a conclusões bastante seguras sobre qual irá ser o seu futuro. No solo, que está o princípio de toda a vida, porque o solo sustenta uma variedade imensa de seres vivos, entre os quais se inclui o homem!

O homem civilizado pode ter a ilusão que domina o seu ambiente, mas fá-lo apenas temporariamente, porque é apenas um filho da natureza e não o seu senhor!

Assim, um Município que não cuide dos seus resíduos alimentares, e que não os recupere está a deixar um deserto no seu rasto! 

O que será então de um país, que promove a monocultura, as grandes explorações agro-indústriais e que despreza o seu solo?

Por isso, bem haja a Maia e aqui na Reforma Agrária esperamos, sinceramente, que a MAIAMBIENTE, cumpra o seu propósito de alargar “num futuro próximo” este projecto ao resto do concelho. E que esta medida seduza outros autarcas e seja alargada a todos os municípios do país!

Mariana Barbosa

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