O som do vídeos não é grande coisa, por isso o melhor é mesmo aumentar o volume do som.
Actores: Alexandre e Xavier
Neste artigo vou tentar dar resposta a algumas questões e senãos que me colocam, de forma recorrente, quando falo da necessidade urgente de fazermos a compostagem dos nossos restos alimentares, mesmo quando vivemos num apartamento.
1. Mau cheiros
Se colocarmos uma quantidade razoável de secos, a compostagem não cheira mal.
O que provoca os maus odores, é ter o lixo armazenado em casa, por baixo do lava-louça, e por perguiça não deitar o lixo nos contentores. No verão, então o odor dos restos de comida, é insuportável até mesmo, quanto temos o cuidado de fechar os restos de comida em sacos de plástico e levar diariamente ao contentor.
Quando foi a última vez que abriu um balde do lixo na sua cozinha e não sentiu o odor da comida em decomposição?
Desde que faço vermicompostagem, nunca mais tive que lidar com esse problema.
As minhocas encarregam-se de decompor todos os meus restos alimentares, com a dupla vantagem de reduzir drasticamente:
- as deslocações ao contentor do lixo - de uma ida diária, passei a menos de uma ida mensal (lixo não orgânico)
- a quantidade de sacos de plástico, usados - de um saco por dia passei a menos de um saco por mês.
2. Dá muito trabalho e não tenho tempo
Este dois conceitos estão interligados e são o resultado de uma questão essencial: as nossas prioridades.
O que eu posso dizer, é que chegar no fim de cada refeição e deitar os restos na compostagem, é muito prático! Tenho o cuidado de cobrir os restos com palha ou folhas secas e não me preocupo mais com o lixo. As minhocas tratam do resto!
Depois, de tempos a tempos, retiro o composto para os meus vasos e quando sobra, devolvo à terra o excesso de composto. É divertido e faz-me sentir bem.
O que não faz sentido nenhum é deitar fora o lixo orgânico e depois comprar terra, fertilizantes e aditivos para as plantas, quando tudo o que elas precisam está nas nossas cozinhas.
3. Posso deitar todos os restos de comida na compostagem?
Depende da qualidade da sua alimentação.
Se consome alimentos com aditivos, muito processados, gordurosos, muita carne e muito peixe, então está fora de questão.
Como eu consumo muito pouca carne e praticamente não uso fritos nem alimentos muito processados e com aditivos, tudo se torna muito mais simples.
Se olharmos de uma forma mais abrangente, quanto mais saudável for a sua alimentação, e o seu estilo de vida, maior a percentagem de restos alimentares que você pode compostar e vice-versa.
Além disso, uma alimentação pobre em fritos, carne e peixe, acaba ser por ser muito mais saudável e, com certeza, muito mais económica e sustentável.
Fazer compostagem, pode ser um grande auxiliar, para quem quer fazer a transição de uma alimentação má, para uma alimentação mais saudável e natural.
A composteira funciona como uma espécie de objector de consciência, porque sempre que você se alimentar mal, não poderá deitar os restos na compostagem.
Você ao olhar para os restos do hamburguer com batatas fritas e coca-cola... sabe que se não são bons para as suas minhocas, nem tão pouco para a compostagem.
Porque é que haveriam de ser bons para si? Assim, de uma forma um pouco simplista, poderemos dizer que:
- O que é mau para a compostagem, é mau para a sua saúde!
4. Não tenho espaço.
Em alguns casos é, de facto, verdade que a falta de espaço limita a nossa capacidade de fazer compostagem, sobretudo se não tem varanda e vive num espaço muito pequeno, ou partilhado. Mas também conheço pessoas que vivem em casas com muito espaço, mas não fazem compostagem.
Em muitos casos é apenas, mais uma vez, uma questão de prioridades pessoais.
Faça a seguinte experiência, olhe para o seu apartamento / casa, e veja a quantidade de coisas que tem. Muitas são absolutamente inúteis e requerem imenso trabalho a arrumar e limpar.
Além disso, quantas horas gasta por mês, a tratar da limpeza e lavagem do seu carro?
Uma caixa de compostagem não ocupa assim tanto espaço!
Mas atenção, para quem vive em apartamentos, os baldes oferecidos pela Lipor são de facto muito grandes, embora sejam uma solução muito interessante para jardins para jardins.
Faça como eu, e adapte um ou dois baldes, mais estreitos, para a compostagem. Ou improvise um sistema de caixas empilhadas.
Para quem tem um espaço exterior, não é essencial ter um compostor. Basta fazer uma pilha de compostagem e cobrir com secos, que a natureza se encarregará de fazer o resto do trabalho.
Mas, neste caso, terá a desvantagem, de não poder aproveitar o chorume, o líquido que se forma na base do composto e que é um excelente fertilizante natural para as a suas plantas.
5. A prova dos nove
Para os mais cépticos, que duvidam da compostagem num apartamento, aqui vão as fotografias:
Conclusão
Normalmente as pessoas não fazem compostagem, porque simplesmente não é algo comum, mainstream.
Era uma prática essencial e regular no contexto rural tradicional, há umas décadas, mas foi-se reduzindo, progressivamente, com a adoção de um estilo de vida mais urbano, mesmo nas vilas e aldeias.
Por exemplo, a minha mãe faz compostagem num jardim e, que eu saiba, nunca comprou qualquer produto químico para a sua horta. No entanto, tem uma profusão de flores maravilhosas e numa pequena horta, produz hortículas frescos e saborosos, para ela e ainda distribui alguns pela família.
Com este artigo, quero apenas estimular a pessoas a fazerem compostagem e não desistirem ao primeiro contratempo.