A melhor forma de escoar os produtos frescos
A melhor forma de escoar produtos frescos agro-alimentares é facilitar e estabelecer uma ponte direta entre quem produz e quem quer comprar produtos agrícolas.
Isto permite garantir:
Ao Consumidor: o acesso a produtos frescos, rastreáveis e sobretudo sustentáveis para garantir o futuro da soberania alimentar glocal
Ao Produtor: o escoamento dos seus produtos, de forma regular a um preço mais justo
Soberania Alimentar GLocal
Só privilegiando a produção e distribuição locais, podemos garantir a soberania alimentar sustentável a nível global.
Acreditamos que ao vender os produtos diretamente ao cliente final, o produtor agrícola, está a escoar os seus produtos, sobretudo a nível local, contribuindo para um mundo mais sustentável e mais justo - quer para si, porque é remunerado de forma mais justa, pelo seu trabalho, quer para o consumidor que recebe produtos agro-alimentares mais frescos e com uma menor pegada de carbono.
E, se o agricultor tiver condições, para entregar diretamente os seus produtos na comunidade: na sua propriedade, num ponto de entrega, em casa (ou no local de trabalho) do cliente, criam-se laços comunitários e relações mais próximas - favorecendo uma maior rastreabilidade da origem dos produtos agrícolas.
Cabaz Semanal de Produtos Frescos e Locais
A melhor forma de escoar os produtos frescos, sobretudo a fruta e os hortícolas, é através da distribuição de um cabaz semanal.
Cabaz esse que pode ser entregue porta-a-porta, para concorrer com as grandes cadeias de distribuição alimentar, que se concentram nas zonas urbanas, mas não podem garantir:
- a personalização de serviço,
- a mesma frescura e qualidade dos produtos,
- a possibilidade de retorno da sembalagens - porque os seus produtos são embalados e agrupados em centros abastecedores, antes de seguirem para as lojas, o que dificulta essa logística
- uma menor pegada ecológica, sobretudo em quilometragem e embalagem dos produtos.
Nas grandes superfícies, muitos produtos são importados, mesmo quando existem similares a nível nacional, porque a produção nacional - já nem falamos da produção local - não consegue adaptar-se e assegurar todas as exigências dos responsáveis de compra - calibre, volume, uniformidade, regularidade de entrega, embalagem - com a garantia da mesma margem de lucro, que outros países asseguram.
E é por isso, que vemos laranjas de Israel ou da África do Sul, à venda nas grandes superfícies, enquanto as da nossa região ficam a apodrecer no chão - por falta de capacidade de escoamento do produtor, perante a pressão de um consumidor educado para comprar fruta uniformizada, ao preço mais baixo!
Esta lógica, hipoteca a sustentabilidade, a qualidade e a diversidade dos alimentos, que embora cumpram os requisitos mínimos de qualidade, deveriam ser muito mais biodiversos - se as políticas económicas não fossem tão castradoras da actividade dos pequenos produtores e mercados municipais do comércio alimentar.
A solução não passa, do nosso ponto de vista, por doar essa fruta - que não cumpre os critérios do preço, da quantidade, do aspeto, ou do calibre - aos vizinhos ou entidades que a conseguem escoar a preços mais baixos - mas que nem por isso resolvem o problema da sustentabilidade financeira do agricultor.
A solução passa, cada vez mais, por políticas que facilitem e até agilizem:
- A livre iniciativa de distribuição porta-a-porta, pelo produtor, sem burocracias.
- O acesso da produção local, aos mercados e consumidores locais, sem rigidez de horários e sem burocracias desnecessárias.